O que é Autismo?






Transtorno do Espectro Autista é um termo que engloba um grupo de afecções do neurodesenvolvimento, cujas características envolvem alterações qualitativas e quantitativas da comunicação, seja linguagem verbal e/ou não verbal, da interação social e do comportamento caracteristicamente estereotipados, repetitivos e com gama restrita de interesses. No espectro, o grau de gravidade varia de pessoas que apresentam um quadro leve, e com total independência e discretas dificuldades de adaptação, até aquelas pessoas que serão dependentes para as atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida.
Nos últimos dez anos, os dados sobre prevalência têm mudado bastante, com
aumento importante nos números, que variam de acordo com a metodologia e local do estudo. Estatísticas americanas, apresentadas pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), passaram de 1:150, em 2000, para 1:88, em 2008, afetando mais pessoas do sexo masculino, na proporção de 3 a 5 homens para 1 mulher (2013). Há uma grande discussão acerca de que se esse aumento é real ou se há uma maior capacidade dos
 profissionais em identificar os casos, conjuntamente com a ampliação dos critérios diagnósticos utilizados e maior consciência da população. No Brasil, dados apontam para uma prevalência de 1:360, embora se considere que esse número esteja subestimado pela metodologia utilizada no estudo (Paula, Ribeiro, Fombonne & Mercadante, 2011). Mas não há dúvida de que existe uma demanda maior por serviços de qualidade capazes de formular diagnóstico e prover o suporte necessário para pacientes e familiares, ao longo da vida.

2. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde:
Consideram-se como TEA os seguintes diagnósticos:

 F84 - Transtornos Globais do Desenvolvimento;

 F84 - Autismo Infantil;

 F84.1 - Autismo Atípico;

 F84.5 - Síndrome de Asperger;

 F84.8 - Outros Transtornos Globais do Desenvolvimento;

 F84.9 - Transtornos Globais não Especificados do Desenvolvimento.

O diagnóstico se faz pelo quadro clínico, conforme critérios estabelecidos pela CID 10 (OMS, 1993, item 4), sendo que os instrumentos de triagem, de diagnóstico e escalas de gravidade podem auxiliar na avaliação e em sua padronização.

3. Etiologia

A etiologia do TEA é multifatorial, ou seja, existe um componente genético, como também um componente ambiental: exposição a agentes químicos, falta de vitamina D, falta de ácido fólico, infecções maternas, uso de certas drogas, como ácido valpróico durante a gestação, prematuridade (abaixo de 35 semanas), baixo peso ao nascer (< 2500g) são alguns dos fatores de risco ambiental. Fatores de risco para um componente genético são: familiar
de primeiro grau acometido, presença de defeitos congênitos, idade materna ou paterna acima de 40 anos. Do ponto de vista genético, os TEA também são muito variáveis, isto é, existem casos associados às síndromes genéticas e outros em que essa associação não existe (Fuentes et al., 2012).
Condições médicas frequentemente associadas ao TEA incluem:

 Síndrome do X frágil (8-27,9%);

 Esclerose Tuberosa (24-60%);

 Encefalopatia Neonatal/Encefalopatia Epiléptica/Espasmo Infantil (36-79%);

 Paralisia Cerebral (15%);

 Síndrome de Down (6-15%);

 Distrofia Muscular (3-37%);

 Neurofibromatose (4-8%).

Não existe um marcador biológico, por isso, o diagnóstico deve ser feito pelos
critérios da CID 10, conforme segue na descrição do quadro clínico. No entanto, é fundamental notar que existem escalas de triagem traduzidas e validadas para a realidade brasileira, que podem ser aplicadas por profissionais da saúde e algumas pelos próprios cuidadores, e que podem sugerir o diagnóstico, como Modified – Checklist for Autism in
Toddlers (M-CHAT), Autism Behavior Checklist (ABC). A disseminação desse conhecimento é fundamental para triagem precoce, uma vez que, usualmente, os primeiros profissionais que podem suspeitar do diagnóstico são os profissionais da Atenção Primária à Saúde (Matson, Rieske, Tureck, 2011)


Fonte: Protocolo do Estado São Paulo de Diagnóstico, Tratamento e
Encaminhamento de Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Acesse o link e saiba mais : http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/usr/share/documents/ProtocoloEstadodeSaoPaulodeDiagnosticoTEA.pdf

2 comentários: